HISTÓRIA DA DESCOBERTA DO EMDR

Como funciona?

EMDR  Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares é uma nova terapia, especialmente útil para a transformação das lembranças traumáticas.
De forma revolucionária ajuda a libertar a mente, o corpo e abrir o coração.
Se a “conduta disfuncional atual” pode ser vista, como sendo consequência de incidentes traumáticos do passado (sejam cenas, crenças ou pactos); e sendo esses identificados de forma sábia e hábil podem ser processados e integrados, o que possibilita novas condutas funcionais, livres e mais felizes para o ser humano.

As sessões são individuais.

Exemplos

Esta abordagem parte da ideia que as informações de um trauma ficam trancadas na memória, quase que em sua forma original. Que as imagens, os pensamentos, os sons, os cheiros, as emoções, as sensações físicas, ou seja, as percepções e as crenças de situações traumáticas ficam estocadas numa rede neural sem saída, exatamente, como no momento da situação traumática. Isso é o que faz uma pessoa traumatizada se tornar limitada, frente a certas situações similares, ou ainda em situações generalizadas.

A aplicação do EMDR é feita a partir da escolha de um problema específico a ser trabalhado. O cliente traz um tema perturbador, que pode ser a lembrança de um evento traumático ou um pensamento negativo, por exemplo. Procura manter em mente uma cena, um sentimento, um som, um pensamento e ainda as crenças negativas relacionados ao problema, enquanto o terapeuta conduz os movimentos bilaterais.
Nosso cérebro possui recursos para realizar a cura de suas feridas emocionais, da mesma forma que nosso corpo cura nossas feridas físicas. O processo de  direciona nosso cérebro para a cura. O processamento acelerado de informações propiciado pelo EMDR é feito de forma particular, ou seja, cada um irá processar suas associações, baseada em sua experiência pessoal e seus valores.
Os estímulos bilaterais são repetidos até que a lembrança seja menos perturbadora e possa ser associada a pensamentos e crenças pessoais mais positivas.
É importante informar que o EMDR não é um tipo de hipnose e que a pessoa pode interromper os movimentos a qualquer momento. A Dra. Shapiro diz que “quando a informação é integrada de forma positiva e resolvida de forma adaptativa sempre estará disponível para ser usada no futuro. O EMDR não tira nada que o cliente precise e nem lhe dá amnésia”. (Parnell, 1997:72).
Um princípio fundamental da terapia com EMDR é que a saúde básica existe dentro de nós e o que o EMDR faz é tirar o bloqueio causado pelas imagens, crenças e sensações corporais negativas e permitir que o estado normal (de saúde) da pessoa surja (Parnell, 1997:72)

HISTÓRIA DA DESCOBERTA DO EMDR

Em 1987, Francine Shapiro, então doutorada em psicologia, caminhava pelo parque da cidade de Los Gatos, na Califórnia, quando notou que seus pensamentos perturbadores começaram a desaparecer. Ao tentar pensar novamente neles, percebeu que não incomodava como antes. Ela observou que quando o pensamento perturbador lhe vinha à mente, seus olhos começavam a se mover rapidamente. Os movimentos oculares afetavam os pensamentos em sua mente. Ao tentar retomar os pensamentos perturbadores parecia que eles tinham perdido muito de sua carga negativa.
Após esse evento, ela começou a seguinte experiência: deliberadamente pensava sobre coisas perturbadoras do passado ou do presente enquanto movia os olhos. Todas as vezes que fez isso, a perturbação cessou. Decidiu, então, conferir se o procedimento funcionava com outras pessoas experimentou com seus amigos. Pedia que eles seguissem os movimentos de seus dedos, como uma forma de ajudá-los a manter os movimentos oculares, enquanto pensassem no que os perturbava. Depois de aplicar o procedimento em mais de setenta pessoas, Francine confirmou que o processo podia dessensibilizar os pensamentos perturbadores.
Assim, a partir de suas observações, a Dra. Shapiro desenvolveu o método ao qual batizou de EMD – Eye Movement and Desentization. Mais tarde, aperfeiçoou o método e expandiu o conceito para EMDR – Eye Movement Desentizarion and Reprocessing – para incluir o conceito de reprocessamento, além da dessensibilização. A psicóloga estava convencida de que os movimentos oculares podiam processar as lembranças traumáticas, libertando a pessoa para desempenhar condutas mais adaptativas e funcionais (Parnell, 1997:39).
Em 1998, a Dra Shapiro aplicou o novo método em 22 voluntários – veteranos da guerra do Vietnã, vítimas de estupro ou de abusos sexuais – que tinham sintomas de Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT). Metade do grupo recebeu uma sessão uma sessão de EMDR e à outra (grupo de controle) foi pedido apenas que contasse o trauma em detalhe. O grupo submetido ao EMDR apresentou melhoras significativas. O grupo de controle não. Por questões éticas, depois repetiu- se o procedimento com o grupo de controle. Nas averiguações ocorridas no primeiro e no terceiro mês após o tratamento, todos os pacientes tinham mantido os resultados positivos da sessão de EMDR (Parnell 1997:40).

Em quais casos o EMDR é eficaz?

A terapia do EMDR é rápida e eficaz no tratamento de fobias, compulsões e especialmente traumas. Medos fóbicos tais como: de dirigir, de viajar de avião, de falar em público, dentre outros podem ser dissolvidos em algumas sessões.
Os traumas podem ser tratados como uma questão conhecida da história da pessoa, ou seja, sabe-se o que ocorreu, como: falecimentos, seqüestros, assaltos, doenças graves, incêndios, etc. Os traumas podem também, ser descobertos a partir dos sintomas apresentados pelo paciente, como exemplo podemos citar: dificuldades de ordem amorosa, sexual, medo profundo de rejeição, medo de ficar sozinho, sentimento de baixa auto-estima, etc.