Osho: nunca nasceu, nunca morreu...

"Nunca seja inspirado por ninguém. Permaneça aberto.
Quando você ver um lindo pôr do sol, desfrute essa beleza; quando ver um Buda, desfrute a beleza do homem, desfrute o silêncio, desfrute a verdade que o homem realizou, mas não se torne um seguidor.
Todos os seguidores estão perdidos."




Biografia:

Em 11 de dezembro de 1931 Mohan Chandra Rajneesh - Osho - nasceu em Kuchwada, Madhya Pradesh, Índia. Filho mais velho de um modesto comerciante de roupas, que pertencia à religião Jaina. Passou os primeiros sete anos com seus avós, que lhe concedem absoluta liberdade de fazer exatamente o que lhe apetecesse, apoiando-o inteiramente em suas precoces e intensas investigações dentro da verdade e sobre a vida.

Osho experiência o seu primeiro satóri aos 14 anos de idade. Durante esses anos, seus experimentos com a meditação se aprofundam e a intensidade da sua busca espiritual cobra-lhe tributos sobre sua condição física. Seus parentes e amigos chegam a temer que ele pudesse não viver muito.

Na idade de 21 anos, no dia 21 de março de 1953, Osho atinge a iluminação, o mais alto pico da consciência humana. Neste ponto, como ele diz, termina sua biografia exterior – passa a viver o estado de não-ego, de completa comunhão com o todo, em perfeita unidade com as leis interiores da vida. Todavia, exteriormente, ele continua a ir ao encalço de seus estudos, na Universidade de Saugar, onde se gradua, em 1956, com Honra de Primeira Classe em Filosofia, ganhando a medalha de ouro na sua turma de graduação. Torna-se campeão de debates em toda a Índia.

Em 1957 Osho começa a lecionar na Faculdade de Sânscrito, em Raipur. Um ano mais tarde, torna-se professor de Filosofia na Universidade de Jabalpur. Em 1966 entrega este posto, a fim de dedicar-se, inteiramente, à tarefa de ensinar a arte da meditação ao homem moderno. Durante os anos sessenta, viajará por toda a Índia, de um lado a outro e de cima a baixo, como Acharya (professor) Rajneesh, levantando a ira do sistema estabelecido, aonde quer que fosse, ao por a nú a hipocrisia dos investimentos de interesse e suas tentativas para obstruir o acesso do homem ao mais alto direito humano - o direito de ser ele mesmo. Durante este período, Osho toca o coração de milhares de pessoas em suas palestras para enormes audiências, muitas vezes com mais de dez mil pessoas reunidas.

Em 1968 Osho vai para Bombaim, passando a viver e a ensinar ali. Começa a desenvolver uma série de campos de meditação, a maioria nas montanhas, onde ele apresenta a revolucionária “Meditação Dinâmica”, uma técnica especialmente dirigida ao homem moderno, objetivando a liberação de emoções reprimidas, o estado de alerta, o relaxamento e a harmonia celebrativa.

A partir de 1970, ele começa a “iniciar” as pessoas no Neo-Sânias, um caminho de comprometimento com a pesquisa sobre si mesmo, com a meditação, com a expansão do amor e da consciência. Ele começa, então, a ser chamado de Bhagwan (O Abençoado). Chegam os primeiros buscadores do Ocidente, entre eles, muitos profissionais terapeutas. A fama de Osho começa a se espalhar por toda a Europa, Estados Unidos e Américas, Austrália e Japão. Os Campos de Meditação mensais continuam e, em 1974, um novo local é encontrado em Puna, onde o ensinamento pôde ser intensificado.

No 21º aniversário da iluminação de Osho, o “ashram” de Puna é aberto ao mundo. O raio de influência de Osho tornara-se internacional. Mas, ao mesmo tempo, Osho recolhe-se cada vez mais na privacidade do seu quarto, aparecendo apenas duas vezes ao dia: discursando de manhã e dando iniciação e aconselhamento aos buscadores, à noite.

Nesta fase, desenvolvem-se os revolucionários grupos de terapia, combinando insights orientais em meditação com a psicoterapia ocidental. Em dois anos, o ashram ganha a reputação de o mais exemplar centro de crescimento e terapia do mundo.

Nesta época, os discursos de Osho já abarcavam todas as grandes tradições religiosas do mundo. Ao mesmo tempo, sua vasta erudição na ciência e no pensamento ocidentais, Sua clareza de fala e a profundidade de seus argumentos faz desaparecer, para seus ouvintes, à distância, até então consagrada pelo tempo, entre o Oriente e o Ocidente. Seus discursos, gravados e transcritos em livros, compreendendo centenas de volumes, são absorvidos por centenas de milhares de leitores em todo o mundo. Ao final dos anos setenta, o ashram de Osho, em Puna, transforma-se na meca dos modernos buscadores da verdade.

O primeiro-ministro indiano, Morarji Desai, um tradicional devoto hindu, envida, então, todos os esforços para que os discípulos de Osho mudem seu ashram para um remoto cantão da Índia, onde eles, virtualmente, poderiam experimentar, com a aplicação dos ensinamentos do mestre, a criação de uma comunidade auto-suficiente, vivendo todos, como propunha Osho, em meditação, amor, criatividade e riso.

Em 1980 acontece um atentado para assassinar Osho, durante um de seus discursos, por um membro de uma tradicional seita hindu. Apesar de as religiões e as igrejas oficiais fazerem oposição a ele, tanto no Oriente como no Ocidente, Osho, a esse tempo, já totaliza mais de quinhentos mil discípulos por todo o mundo.

Em 1º de maio de 1981, Osho para de falar, iniciando-se, então, uma fase de “comunhão silenciosa coração a coração”, enquanto o seu corpo repousa, devido a males na região da coluna. Ele fora levado aos EUA pelo seu médico e acompanhantes, em vista de uma possível cirurgia. Mas Seus discípulos americanos decidem adquirir 64 mil acres de terra no deserto do Óregon Central e convidam Osho para ficar lá. Osho se recupera rapidamente e uma comuna agrícola modelo evolui ao Seu redor com surpreendente velocidade e resultados impressionantes, recuperando a terra desvalorizada e exaurida do deserto, transformando-a num oásis verde que passa a alimentar uma população de 5 mil pessoas.

Durante os festivais anuais de verão, organizados pelos amigos de Osho vindos de todas as partes do mundo, mais de quinze mil visitantes são hospedados e alimentados nesta nova cidade chamada de Rajneeshpuram.

Paralelo ao rápido crescimento da comuna no Óregon, surgem grandes comunas em todas as grandes capitais dos países ocidentais e, também, no Japão, sustentadas independentemente. Nessa época, Osho requer residência permanente nos EUA, como líder religioso, mas seu pedido é recusado pelo governo norte-americano - uma das razões dadas é o seu voto público de silêncio. Ao mesmo tempo, a nova cidade vê-se sob a mira de ataques legais abundantes e crescentes, por parte do governo do Óregon e da maioria cristã no Estado. As leis sobre o uso da terra, do Óregon, a pretexto de proteger o desenvolvimento, torna-se a maior arma na luta contra a nova cidade que havia surgido através da dedicação de um enorme esforço na recuperação da terra estéril - na verdade, uma cidade que tinha se tornado um modelo ecológico para o mundo.

Em outubro de 1984, Osho recomeça a falar para pequenos grupos, na Sua residência e, em julho de 1985, Ele volta a discursar todas as manhãs, para milhares de buscadores, no Rajneesh Mandir.

Osho deixa o corpo de dia 19 de janeiro de 1990. Apenas algumas semanas antes desta data, havia lhe sido perguntado o que aconteceria com o seu trabalho quando ele partisse. Ele disse, então:
“Minha confiança na existência é absoluta. Se houver alguma verdade naquilo que estou dizendo, isso irá sobreviver... As pessoas que permanecerem interessadas no meu trabalho irão simplesmente carregar a tocha, mas sem imporem nada a ninguém...
Permanecerei uma fonte de inspiração para o meu povo, e é isso que a maioria dos saniásins sentirá. Quero que eles desenvolvam por si mesmos qualidades como o amor, à volta do qual nenhuma igreja pode ser criada; como consciência, que não é o monopólio de ninguém; como celebração, deleite; e que se mantenham rejuvenescidos, com os olhos de uma criança...
Quero que as pessoas conheçam a si mesmas, que não sigam as expectativas dos outros. E a maneira é indo para dentro.”

Em conformidade com suas orientações, a comuna que cresceu à sua volta ainda floresce em Puna, Índia, onde milhares de discípulos e buscadores se reúnem durante o ano inteiro, para participar das meditações e dos outros programas lá oferecidos.

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